O sindicalismo passou por inúmeras transformações ao longo dos tempos. Teve sua “glória” na época de Vargas, com a criação do Ministério do Trabalho e criação da lei sindical de 1931 pelo então senhor Lindolfo Collor (esse sobrenome sempre atrapalhando os rumos do país), o 1º ministro do trabalho. Com essa lei foi oficializado os pilares do sindicalismo no Brasil.
Em 1939, com o decreto lei 1402, tivemos o enquadramento sindical, que tinha a função de aprovar ou não a criação de sindicatos. Esse órgão era vinculado ao Ministério do Trabalho. Nesse mesmo ano, criou-se o imposto sindical.
No final dos anos 70, com o PT se tornando um partido politico oriundo de um sindicato e seu maior lider tomar uma proporção descomunal e fora de todo propósito, os sindcatos começaram a ter uma força que até então não tinham.
Na figura de Luis Inácio, galgado a presidencia em 2003, o sindicalismo no Brasil fugiu totalmente do controle, pipocando aqui e ali entidades de todos os tipos, dos mais bizarros possíveis, chegando ao cumulo de ter sté sindicato para sindicato de algum sindicato. Confuso? Mas é isso mesmo.
Todos, sem exceção, criaram músculos e hoje participam ativamente das decisões que interferem na vida de milhares de trabalhadores pelo Brasil afora. É preciso dizer o seguinte: mesmo que você não seja sindicalizado e deteste sindicatos, sua vida será “transformada” por decisões que venham daquelas mentes doentias.
Como podem notar, a criação do imposto sindical tem quase 80 anos. Falamos sobre ele nesse artigo e a aberração que se tornou o mesmo, que serve apenas e tão somente para dar mordomias aos sindicalistas e ferir a integridade dos trabalhadores, que não tem o direito de opinar se querem ou não dar essa contribuição a entidades que, em 99% das vezes, não representam como deveriam seus afiliados.
A “briga” para enterrar esse imposto é antiga. A sociedade se envolveu totalmente com o tema e um deputado, Paulo Martins, encabeçou a luta e a vitória acabou vindo com a reforma trabalhista.
Apesar das centrais sindicais promoverem badernas em todo o país, segundo eles por causa das reformas trabalhistas, o grande mote desse alvoroço tinha apenas um nome: o imposto sindical.
Bom, ele acabou sendo extinto. Quer dizer, não extinto totalmente, mas segundo a reforma, agora o trabalhador é quem decide se quer pagar ou não esse maldito imposto. O governo de Temer merece os parabéns? Nao. Por que? Continue lendo e você saberá..
Era esperado que as centrais sindicais, entre elas a Farsa Sindical do deputado Paulinho, a CUT de Vagner Freitas, a CTB que é ligada a CUT e outras centrais menores (mas que sugam o dinheiro do mesmo jeito), não iriam se conformar em perder essa mamata e partiram para ofensiva contra o governo.
Por mais bizarro que possa parecer, a briga entre as centrais e o governo pela volta do imposto sindical está prestes a ter um vencedor. E infelizmente, para a grande parte da população, o vencedor não parece que será o governo.
De acordo com a noticia, o presidente está disposto a editar uma MP (medida provisória) onde os sindicatos fariam assembleias nas empresas e se a maioria optasse pela volta da contribuição, todos os trabalhadores pagariam o tributo. Em bom português, tudo voltaria a ser como antes, no reino da Bananalândia.
A Folha de São Paulo diz que os deputados da base (que votaram pelo fim do imposto) prometem fazer uma rebelião caso o imposto sindical volte por MP. A questão é que, sendo por MP, apenas o próximo presidente poderia derrubar. E levando em conta a mentalidade política, a chance de ser derrubada é a mesma do Saci cruzar as pernas.
A questão foi definida em uma reunião, onde estavam presentes Michel Temer e os lideres da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Farsa Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB). Também estavam presentes os deputados Jovir Arantes (PTB), Roberto de Lucena (PV) e os ministros do trabalho, Ronaldo Nogueira, e da Casa Civil Eliseu Padilha. Como podem ver, só pessoas extremamente preocupadas com a classe trabalhadora, não é mesmo?
O que chama atenção é que eles se reunem para dar uma facada em todos os trabalhadores, mas não vemos esse mesmo entusiasmo em criar mecanismos para geração de empregos num país com o número recorde de 14 milhões de desempregados. É no minimo uma situação constrangedora e que faz uma pessoa, com o minimo de QI possível, pensar no seguinte: essas pessoas estão preocupadas com quem realmente produz riquezas nesse país? A resposta é não!
É por isso que levando em conta a história do sindicalismo no Brasil, desde os primórdios até ver no que ele se transformou nos dias atuais, é que vem a mente uma questão: será que precisamos mesmo desses sindicatos? Será que o trabalhador se sente representado por instituições que não servem para nada, a não ser cabide de empregos para pessoas inescrupulosas e desprovidas de caráter? Será que um sindicato que realmente pensa no trabalhador, se reúne na calada da noite com um presidente da República exclusivamente para pedir a volta de um imposto que serve para engordar os cofres dessas instituições, fazendo assim com que seus presidentes e representantes levem vidas nababescas, muito superior a média de vida que os trabalhadores de verdade levam?
Se você, caro (a) leitor (a), um dia já precisou dessas instituições, sabe que todas as respostas para as perguntas acima é uma só: não!
A grande verdade é a seguinte: mais do que exterminar com o imposto sindical de vez, o que precisa ser feito é passar um pente fino no sindicalismo brasileiro. É inadmissível que tenhamos aqui mais de 15 mil sindicatos e mais ainda que a única preocupação deles é receber dinheiro de seus filiados e do governo, mas nada fazer em prol do trabalhador brasileiro.
Numa situação mais radical, a saída seria a extinção por completo de todos os sindicatos. O cenário seria o seguinte: trabalhadores e empregados negociando entre si, sem intermediários. Utopia? Pode ser, mas seria um cenário perfeito!
Em breve, um próximo artigo. Até lá!